GBH no Brasil: uma celebração para poucos e bons

 
Há cinco anos o GBH não tocava no Brasil, e, volta ao país durante a turnê de comemoração dos 40 anos de lançamento do clássico disco City Baby Attacked by Rats, para apresentação única, na cidade de São Paulo. Quando se apresentaram aqui em 2017, as datas da turnê eram próximas de datas da banda Cockney Rejects (que voltará ao Brasil em 2023, já marcado, em sua turnê de despedida), o que acabou esvaziando ambos os shows.

Desta vez, apesar da felicidade de ter o Brasil no circuito das bandas gringas, novamente tivemos público baixo, mas, lembramos que nas duas semanas seguintes, São Paulo recebe The Exploited e Discharge, e, o público dessas bandas, que é o mesmo, não tem condições de bancar três shows internacionais seguidos, simples assim.
 
Passados poucos minutos das 19h, sobem ao palco os RATONES, projeto capitaneado pelo Jão, guitarrista dos RATOS DE PORÃO, fazendo homenagem aos Ramones e os Ratos de Porão, um álibi para tomar cerveja e se divertir com amigos. Um show com “Beat on the Brat”, “Sheena is a Punk Rocker”, “Surfin’ Board”, “Blitzkrieg Bop”, “Crucificados Pelo Sistema”, “Sofrer” ou “Beber Até Morrer” é jogo ganho e diversão garantida, e foi isso mesmo.

Sem dar muito tempo para a adrenalina baixar, Colin Abrahall (vocais), Ross Lomas (baixo), Jock Blyth (guitarra) e Scott Preece (bateria) sobem ao palco e iniciam a bagunça com “Birmingham Smiles”, faixa do último disco “Momentum”, lançado em 2017, pouco após o show por aqui. A partir daí, não fica pedra sobre pedra, “Time Bomb”, do disco City Baby Attacked by Rats e o clássico “Sick Boy”, do primeiro registro fonográfico da banda, o EP Leather, Bristless, Studs and Acne, de 81, são a sequência que faz o público delirar e agitar sem parar um segundo sequer.
 
O show continua com uma sequência que vai intercalando músicas do primeiro EP e do primeiro LP, e o público está ganho, até que mandam um cover, “Boston Babies”, da banda punk inglesa SLAUGHTER & THE DOGS, de 1975. Com mais uma ou outra faixa de “Momentum”, o grosso do repertório vem mesmo de “Leather, Bristless, Studs and Acne”, “City Baby Attacked by Rats” e “City Babys Revenge”, o segundo LP da banda, de 1983.
 
A banda dá boa noite, nem chega a sair direito do palco e já retorna com “Liquid Paradise (The Epic”, mais uma do disco Momentum e encerram o show com outro cover, desta vez, “Bomber”, do Motörhead, que finaliza a festa de maneira apoteótica. Show do GBH é sempre uma experiência gratificante, uma pena é que a casa poderia ter mais gente prestigiando esses verdadeiros heróis do hardcore mundial, quem não foi, perdeu uma celebração e tanto.

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Ricardo Cachorrão

Ricardo "Cachorrão", é o velho chato gente boa! Viciado em rock and roll em quase todas as vertentes, não gosta de rádio, nunca assistiu MTV, mas coleciona discos e revistas de rock desde criança. Tem horror a bandas cover, se emociona com aquele disco obscuro do Frank Zappa, se diverte num show do Iron Maiden, mas sente-se bem mesmo num buraco punk da periferia. Já escreveu para Rock Brigade, Kiss FM, Portal Rock Press, Revista Eletrônica do Conservatório Souza Lima e é parte do staff ROCKONBOARD desde o nascimento.

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