Novo álbum de Slash com Myles Kennedy é hard rock festeiro e despojado

Slash chega ao seu 4º álbum com Myles Kennedy & The Conspirators
 

Slash

4
⭐⭐⭐3/5

Por  Zeone Martins 

Slash lançou seu primeiro disco solo, autointitulado, em 2010. Após a divulgação e subsequente turnê do disco, iniciou-se um projeto à parte: Slash feat. Myles Kennedy & The Conspirators, com o vocalista e a banda de apoio juntos ao patrão, já contabilizando  três discos de estúdio. 4 (Gibson Records,2022) foi gravado em Nashville, no Tennessee. Inclusive, Nashville, já há décadas, concentra estúdios, músicos e incontáveis outros profissionais em volta da produção de Country. Um destes profissionais é o produtor Dave Cobb, decisivo na sonoridade do novo disco.   


4 apresenta um hard rock festeiro, gravado ao vivo e por vezes despojado. Indo muito bem nesta proposta, diga-se. Com muito de Aerosmith, somado à sons contemporâneos, a decisão de gravar tudo ao vivo, com toda a banda nas mesmas salas de gravação, funciona. Aqui, até Myles Kennedy, chatíssimo no Alter Bridge e em carreira solo, soa bem e com a voz na medida para quase todos os temas.


E qual seria a diferença de gravar 'ao vivo', falando de um trabalho em estúdio? Geralmente, um trabalho é gravado por instrumento, cada um em seu momento, dependendo da banda ou artista. No caso deste álbum, também se optou por poucas correções e com uma ou outra gravação extra (os 'overdubs') aqui e alí. Influência do produtor Dave Cobb, e de interesse da banda em registrar tudo como bandas dos anos 70 (vide o próprio Aerosmith).


Por ¾ de sua duração, a ordem das músicas em 4 é acertada, até que, próximo ao fim, surgem  as primeiras escorregadas, especialmente "Fill my world" e "Fall back to Earth". A primeira, um tanto desanimada, já atrapalha o andamento do disco, e a segunda, é uma balada que beira o insuportável, sendo próximo uma tarefa hercúlea não interrompê-la. E há de se falar da importância do final de um disco, que pede estímulo maior para segurar o ouvinte.  


Quando acerta, 4 é um disco homogêneo e fácil de ouvir, valendo destaques em "Ces't La Vie” com seu ótimo refrão, e "Whatever Gets You Bye". Com menos faixas, valeria até uma nota maior. Ainda assim, não deixa de ser um registro muito acima da média. Ponto pra banda.

Zeone Martins

Redator, tradutor e músico. Coleciona discos e vive na casa de vários gatos. Ex-estudante de Letras na UFRJ. Tem passagens por várias bandas da região serrana e da capital fluminense.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
SOM-NA-CAIXA-2