Lollapalooza Brasil 2019: Molho Negro, Autoramas e The Fever 333

SEXTA-FEIRA (05/04/2019)

Molho Negro agita garotada com rock padrão

O primeiro show de rock do Lolla veio de Belém do Pará. O Molho Negro divertiu o público com suas guitarradas à la Kurt Cobain e letras muito bem sacadas. Destaque para a ótima "Gente Chata", lançada no último trabalho da banda, Normal - que saiu no fim do ano passado. Outras que chamaram bastante a atenção pelas letras são "Fã de Nirvana" (essa mais dos primórdios do grupo) e "Mainstream", que critica de forma bem humorada, a falta de espaço para a galera independente. Como manda o manual, teve mosh pit do frontman João Lemos e muita roda de pogo para satisfazer a garotada. Muito bom!

The Fever 333 faz show mais incendiário do festival

Quando você se depara com um sujeito todo de preto e encapuzado, parado no meio do palco, você pode até pensar que se trata de um personagem cenográfico para abertura do show. Mas ali está o vocalista Jason Aalon Butler, que liderou uma das apresentações mais enérgicas do Lolla 2019. Com letras de protesto e um som que mistura vocais hip hop com guitarras de afinação baixa e muita gritaria, o The Fever 333 provocou uma grande catarse coletiva, promovendo rodas de pogo e interagindo com o público do início ao fim. Completamente possuído, Jason foi cantar no meio da galera e surfou no público, utilizando uma  prancha de resgate dos seguranças de palco. O som da banda tem muita referência no nu-metal de bandas como Deftones, Papa Roach e Linkin Park, só que muito mais agressivo que essas citadas. No final, o guitarrista Stephen Harrison escalou a estrutura de palco até o último andar e arremessou sua guitarra lá de cima. Literalmente, uma apresentação insana desse grupo americano. Quem não chegou cedo, perdeu!

Autoramas faz show de rock pedagógico para a garotada

Outra banda nacional que fez um show bem legal no Lolla foi o Autoramas. A nova formação, que acabou de lançar o ótimo Libido, eleito álbum do ano pela votação de críticos de rock [veja AQUI], mostra que também funciona muito bem ao vivo. No palco, o grupo liderado por Gabriel Thomaz, botou a galera pra dançar ao som de seu cardápio cheio de rockabilly, surf rock e garage rock. Carismática como de costume, Erika Martins é quem pega o povo na unha. Ela manda beijos, cumprimenta e faz questão de descer para cantar no meio do povão. E isso faz diferença num show como do Lolla, onde a interação com a plateia acaba sendo chave para prender a atenção de uma garotada mais desconexa. Mas é a música que faz sempre a diferença, ainda mais quando falamos de Autoramas. É show de rock mesmo! Como o próprio Gabriel gosta de falar, é rrrrrrrooooock com guitarras viajantes e cheias de efeitos, tecladinhos muito bem tramados e tudo embasado numa presença de palco pedagógica para a nova geração.

Se você quer saber sobre o show dos Tribalistas, clique AQUI.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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