'Bohemian Rhapsody' coloca ex-empresário de Freddie Mercury como grande vilão do filme

Filme que conta a história de Freddie Mercury está em cartaz nos cinemas
Por Bruno Eduardo

'Bohemian Rhapsody', que acaba de chegar aos cinemas do mundo inteiro, funciona como um filme biográfico sobre o lendário vocalista do Queen, Freddie Mercury. Mas como qualquer filme de Hollywood, ele sai um pouco do lado biográfico e segue para um roteiro emocional e com tramas a serem resolvidas, para que assim como de praxe, reserve o tão esperado final feliz. Com isso, o roteiro do longa toma liberdade para trazer uma história de vida mais dramática de Mercury, e, bem mais parecida com um filme sessão da tarde (mesmo assim, é um bom entretenimento). E para isso funcionar, é necessário a presença de um vilão. Esse papel é amplamente preenchido por Paul Prenter (Allen Leech), ex-empresário e amigo particular de Freddie.

Prenter conheceu Freddie Mercury em um bar no ano de 1975, e acabou tornando-se seu empresário em 1977. Em algum momento durante esse período, Prenter e Mercury tiveram um relacionamento sexual - algo que Prenter mais tarde supostamente usou para chantagear Mercury (essa cena aparece no filme que chega às telonas). Acreditava-se que a relação de negócios deles funcionou de forma positiva nos primeiros cinco anos, mas as coisas começaram a sair da curva em 1982.

Pelo fato de 'Bohemian Rhapsody' ter contado com a participação dos integrantes do Queen, fica bastante evidente as mágoas de Brian e Taylor com a influência de Paul Prenter sobre Mercury. O filme faz questão de mostrar que ele e o restante da banda não se gostavam. Há inclusive relatos reais de que Brian May e Roger Taylor teriam culpado Paul Prenter pelo resultado não satisfatório no disco Hot Space, de 1982. De acordo com os membros da banda, Prenter influenciou Mercury a manter a sonoridade do álbum, que não agradou o restante do Queen.

No filme, Mercury finalmente demite Prenter em 1985, após o mesmo não ter informado ao astro do rock que o Queen teria sido convidado para se apresentar no icônico Live Aid. Em retaliação, o ex-empresário teria dado uma entrevista na televisão tentando difamar Freddie. Tudo isso, lógico, baseado num roteiro dramatúrgico, pois na realidade mesmo, Prenter foi demitido no ano seguinte, após o Live Aid e não houve uma entrevista na TV. O que Prenter teria feito de verdade, foi vender uma história para o tablóide The Sun em 1987, onde revelou a sexualidade de Mercury, e também divulgou o relacionamento do cantor com Jim Hutton.

Infelizmente, Paul Prenter não poderá dar a sua opinião sobre os acontecimentos mostrados no filme, já que ele também morreu por complicações de AIDS em 1991 - mesmo ano de falecimento do cantor Freddie Mercury. Saiba mais sobre o filme no vídeo abaixo.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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