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Xutos e Pontapés confirma comoção dos fãs com ótimo show |
Todas as atrações portuguesas do Rock in Rio têm muita popularidade no país. Mas ninguém tem um status de quase religião quanto a banda Xutos e Pontapés. E isso ficou mais uma vez provado no palco mundo montado no Parque da Bela Vista, em Lisboa. Em sua nona participação no festival - uma delas foi no Brasil, em 2011, quando eles tocaram no Palco Sunset ao lado dos Titãs - o Xutos e Pontapés têm uma legião de fãs. Legião está que inclui o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa.
O popular presidente do país esteve na Cidade do Rock especialmente para acompanhar o show da tradicional banda formada nos anos 70 e foi diversas vezes flagrado balançando a cabeça e cantando os sucessos do grupo. No fim, o presidente ainda subiu ao palco junto com alguns fãs da banda para cantar “A minha casinha”, sucesso que encerrou o show.
O espetáculo do Xutos foi um dos mais empolgantes do festival. Embora num dia em que a grande atração era o Killers, a banda estava absolutamente em casa no palco mundo e diante de uma plateia formada por vários fãs que volta e meia erguiam os braços e os cruzavam em forma de X numa referência ao grupo.
Um dos momentos mais emocionantes do show foi quando o grupo fez uma homenagem ao falecido guitarrista Zé Pedro, morto no fim do ano passado em consequência de uma doença hepática. A banda usou a imagem do guitarrista em um concerto no estádio do Restelo, onde o grupo já tocou para mais de 40 mil pessoas, durante a música “Para ti Maria”. Zé Pedro também foi lembrado pelo cantor e baixista Tim antes da execução de “Não sou o único”, uma das melhores músicas do show.
Se, assim como a sua versão carioca, o Rock in Rio Lisboa também não teve um dia voltado para o metal, o Xutos e Pontapés talvez tenha sido a banda mais pesada a pisar no palco mundo. O grupo ainda formado pelo baterista Kalu, o guitarrista João Cabeleira e o saxofonista Gui, tem uma série de canções que envergam a bandeira do rock tradicional e sem grandes saltos para além do trio guitarra-baixo-bateria.
O grande mérito disso está no peso da bateria de Kalu, um monstro com as baquetas, e nas distorções e solos de Cabeleira, o típico guitarrista de banda de rock, com seu jeito peculiar (chapéu de cowboy, cigarro na boca) e poucas palavras. Cabeleira falava apenas e bem alto através de sua guitarra vermelha, para delírio de jovens e outros não tão jovens assim que foram prestigiar a apresentação.
No show, a banda passou em revista os quase 40 anos de carreira, com destaque para as canções “Esta cidade”, “Homem do leme”, “Ai se ela cai” e “Contentores”. Foi daquelas apresentações que agradou a pais e filhos sem distinção e que, ao fim, em uníssono, pediram por mais uma música. Mas o rígido horário do festival impediu que o desejo fosse realizado. Ficou para outra oportunidade.