Rock in Rio Lisboa: Bruno Mars encerra primeira semana de festival com show irretocável

Imagem de baixa qualidade pois o cantor não autorizou fotógrafos no seu show
Por Marcelo Alves

Se tem um homem na música pop que sabe entregar mais do que um show, mas um espetáculo que alia música, entretenimento e elementos visuais num pacote bem construído, esse cara é Bruno Mars. E isso ficou comprovado no show que encerrou a segunda noite do Rock in Rio no Parque da Bela Vista, em Lisboa. 

Acompanhado por sua afiada banda, o The Hooligans, o cantor nascido na ilha de Honolulu, no Havaí, levou para o festival tudo o que tinha direito. Fogos de artifício? Tinha do início ao fim. Chuva de papel picado? Check. Um palco com vários truques de iluminação? Ok. E o carisma, é claro. Pois além de ter um talento natural para compor hits, o cantor esbanja carisma, desenvoltura e malemolência no palco. 

- É uma honra estar neste palco hoje - disse o cantor, em sua primeira participação no Rock in Rio Lisboa, durante a sua apresentação no palco mundo. 

Bruno parece se dar uma missão na música. Fazer as pessoas se divertirem e dançarem do começo ao fim dos seus espetáculos. Para isso, ele se transforma num showman. Interage com a plateia, provoca, brinca, insere a frase “Eu quero você” no meio de “Calling all my lovelies” para agradar a plateia. Tudo com um sorriso no rosto de quem está em eterna lua de mel com o seu público.

Bruno já foi algumas vezes comparado a Michael Jackson principalmente por conta do seu talento para dançar. De fato, ele mostra muito gingado o tempo todo no show, ainda que seja em um estilo diferente do antigo Rei do Pop. Ele também poderia ser comparado a Jackson, no entanto, pela capacidade de criar canções com belas melodias que grudam na cabeça. E a despeito do seu inegável dom de fazer canções dançantes, a mais lenta “Versace on the floor” está entre as mais bonitas do seu repertório.

Bruno também já foi comparado a James Brown. E nesse ponto ele guarda muitas semelhanças com o Pai do Funk. Seu terceiro disco, o premiadíssimo “24k Magic” (2016) tem muitas canções com uma batida funk que lembram Brown. Músicas que foram vistas no show como “Chunky” e “Perm”, por exemplo. 

Ao vivo, Bruno de fato exibe essa mistura, mas é também muito singular. Dono de um extremo talento para criar hits - quem frequenta academia certamente já ouviu algumas canções dele - o cantor dono de 11 Grammys, mostrou todo o seu arsenal na cidade do rock. 

Bruno não deixou uma viva alma sem dançar ao desfilar canções como “24k Magic”, “That’s what I like it” e “Locked out of heaven”. Tudo com a sua banda o acompanhando em coreografias animadas.

Um solo um pouco longo do tecladista John Fossit deu uma quebrada no ritmo do show, mas o cantor ainda teve tempo de voltar a jogar o ânimo lá em cima com “Uptown Funk”. Depois disso foi só lançar mais uns fogos de artifício que a vitória de Bruno Mars estava garantida na madrugada desta segunda-feira.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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