Em show cativante, Florence + The Machine faz público cantar alto no Rio

Foto: Vinicius Pereira

Por Rom Jom

Segunda-Feira é geralmente o dia em que as pessoas ainda não “engrenaram” a semana, diz o popular, aquele dia que ninguém quer fazer nada como uma extensão do domingo, mas não era o que parecia no Metropolitan, casa tradicionalíssima de shows da cidade do Rio de Janeiro. Sim, ali mais de 8.500 fãs lotaram a casa, aguardando Florence + The Machine.

As 23:00 as luzes se apagam e do canto esquerdo do palco Florence surge como se estivesse em transe, ou melhor, como se já estivesse dentro de alguma música, de olhos fechados e dançando lentamente. Como se pedisse silêncio ao público com a mão erguida, ela abre o show de forma sutil com a bela “What the Water Gave Me” e, em seguida, aproveitando o fôlego e excitação da plateia introduz uma sequência com “Ship To Wreck” e “Shake It Out”, do ótimo Ceremonials, de 2011, que arrepiou todos os presentes com uma introdução à capela e uma execução tão perfeita que fica difícil de explicar. 

Os fãs choram, gritam e cantam alto. “ Eu nunca estive em um palco com essa energia e em um lugar onde as pessoas cantassem tão alto!”, ela diz com um sorriso tímido. 

Florence esteve a todo momento interagindo com seus fãs, além de correr próximo a plateia em várias músicas e estar sempre próxima ao público do gargarejo. Em “Rabbit Heart (RaiseIt Up)” ela convidou os namorados e namoradas para colocarem seus amados nos ombros durante a música. Já em “How Big, How Blue, How Beautiful” revelou, assim como fez no Lollapaloza, que essa música não existia em sua primeira vez no Brasil, mas que aqui foi uma inspiração para fazê-la.

Foto: Vinicius Pereira
Tanto em versões acústicas, como por exemplo, “Third Eye”, ou em covers (“Sweet Nothing” de Calvin Harris), é de se impressionar a intensidade e entrega da Florence nas interpretações. Sua voz soa sempre de forma perfeita e em conjunto com a banda (e que banda, diga-se de passagem).

Convidando a todos tirarem uma parte da roupa e rodar no alto ela encerra a primeira parte do show com a famosa “Dog Days Are Over” e sai do palco erguendo uma bandeira do Brasil.

No bis, uma volta hipnotizante com “Which Which” e o tom um tanto sombrio de “What a Kind of Man”. O palco se transforma em um coração gigante com luzes vermelhas e fortes, além de muitos efeitos para que “Drumming Song” encerre a apresentação. Ela se despede com um singelo "Boa Noite", e sai do palco saltitante como uma criança feliz, depois de ter feito algo muito bom para as pessoas.

Florence se mostrou uma artista incrível, desenhando amor e fatos da vida em forma de música na mais bela forma, cativando todos com sua performance, carisma e uma banda incrível. Precisamos de mais artistas assim. Precisamos de mais shows assim.

Foto: Vinicius Pereira

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
SOM-NA-CAIXA-2