Smashing Pumpkins no Rio: microfonias, guitarras rasgadas e muita nostalgia

Foto: Daniel Croce

Por Rom Jom

As camisas quadriculadas e com a estampa “Zero” dominaram as dependências do Citibank Hall na noite de quarta-feira. Tímido e carismático, o “tiozão” Billy Corgan não é de muitas palavras. A entrada no palco é silenciosa, e apenas interrompida por “Cherub Rock” - que preenche o som da casa com guitarras altas e esparsas. O tempo também não foi capaz de mudar a voz de Corgan, que foi acompanhado pelos fãs de forma uníssona na segunda da noite: “Tonight, Tonight”. Embora o grupo não tenha mudado muito o repertório nos últimos shows, o que poderia realmente se esperar dessa apresentação todos tiveram: microfonias, guitarras rasgadas, barulhos e som alto. Sim, tudo como nos velhos tempos. 

Muitos falam que a banda se resume a Billy Corgan - o que é altamente compreensivo. Mas na bateria está ninguém menos que Brad Wilk (Rage Against The Machine) e no baixo, Mark Stoermer, do Killers - além claro, do guitarrista Jeff Schroeder. Em ótima companhia, Corgan fica à vontade para mostrar sua capacidade em executar belas canções - como Being Beige” e “Drum+Fife”, do último álbum - e transpirar energia e interpretação em números rasgados ("United States"). A noite que prometia clássicos foi se concretizando aos poucos com “1979”, “Stand Inside Your Love”, “Disarm” e “Drown” - com os fãs já em êxtase completo. A viagem nostálgica ganhou mais proporção em “Bullet With Butterfly and Wings” e “Heavy Metal Machine” - que fechou o show de forma catártica. 

No bis, Billy volta ao palco sozinho com um violão, e em clima de luau faz o público cantar forte os versos de “Today”. Achando graça dos fãs - que cantavam junto o som dos "bends" - o sorriso de Billy Corgan deu a pala exata da catarse coletiva em que viveu naquela noite nostálgica, única e agradável. Já dá para afirmar que esse é candidato a um dos melhores shows do Lollapalooza Brasil desse ano. 

Young The Giant

Ainda com um público pequeno, o Young The Giant abriu a noite com uma sequência de seu segundo - e bom - disco Mind Over Matter. “Slow Dive”, “Anagram” e “Its About Time” anunciaram como seria a apresentação do grupo: som limpo, atmosferas calmas e ótimos vocais. O vocalista Sammer Gadhia agrada com suas belíssimas interpretações para as canções - prendendo a atenção mesmo daqueles que não estavam muito aí para o show. Do primeiro disco, tivemos “I Got” e “Cough Syrup” - esta última acompanhada por uma boa parte do público, que cantou junto. Já no fim, com a casa praticamente cheia o grupo apresentou a bela “Mind Over Matter” e, fechou a noite com “My Body”. Show curto, mas que atiçou a curiosidade de alguns para procurar material da banda na internet.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
SOM-NA-CAIXA-2