Foo Fighters: Do Pior ao Melhor

Imagem: Ilustrativa
A discografia do Foo Fighters avaliada na série "Do Pior Ao Melhor"
Abaixo, você confere o nosso guia especial Foo Fighters: do pior ao melhor - analisando a discografia da banda.

Por Bruno Eduardo



 8  'One By One' (2002) 
O primeiro disco de Chris Shiflett no Foo Fighters é considerado pelos próprios integrantes como uma marca negativa na história do grupo. Para quem não sabe, a banda quase acabou por ciúmes. Além disso, o processo de gravação do disco foi tenso. Por conta das brigas internas e do envolvimento de Taylor Hawkins com as drogas, Dave Grohl decidiu parar o trabalho e sair em turnê com o Queens Of The Stone Age. Após baixar a poeira, o grupo voltou ao batente e regravou o disco na íntegra. Porém, as cicatrizes ficaram evidentes e o álbum pode ser resumido nas quatro primeiras faixas. Com exceção de "All My Life" e "Times Like These", One By One não traz os mesmos ganchos abundantes que os fãs tanto gostam.


 7  'Echoes, Silence, Patience & Grace' (2007) 
Echoes, Silence, Patience & Grace é um passeio galopante entre o meloso e o rock despojado. O grupo tinha acabado de se aventurar em discos acústicos, e com isso pareciam mais confiantes - e menos temerosos - em incluir texturas fora do contexto 'rock de arena'. O problema é que o disco oscila mais do que o aceitável, e o trabalho soa um pouco desigual - com músicas deslocadas e/ou sem uma direção definida. Mesmo assim, o grupo acerta em cheio em músicas como "The Pretender" - uma das mais fortes da carreira -, "Erase / Replace" e "Cheer Up Boys Your Make up Is Running".


 6  'Sonic Highways' (2014) 
Em uma engenhosa ação de marketing, o Foo Fighters decidiu elaborar o disco em oito cidades diferentes - tendo o canal HBO como principal distribuidor do trabalho. Sonic Highways não seria apenas o nome do oitavo álbum do grupo - ele se tornou uma série de TV ambiciosa, que documentou todo o processo de produção deste trabalho. Produzido por Butch Vig (o mesmo de Nevermind), Sonic Highways possui rock potentes como ""What Did I Do / God As My Witness" e "Congregation", mas soa bem menos atraente que o release - ainda mais se levarmos em conta que todas as músicas possuem alguma participação especial.


 5  'In Your Honour' (2005) 
Hoje, o Foo Fighters é considerado uma banda de rock para grandes arenas. Mas foi só a partir de In You Honour que eles começaram a buscar - de forma proposital e calculada - esse modelo de rock musculoso - cheios de riffs clichês, refrões berrados e batidas diretas. "No Way Back" e "DOA" são alguns exemplos de músicas que começavam a soar como Foo Fighters de verdade. Porém, esse disco é bastante subestimado pelos roqueiros por conta do seu segundo CD - um apanhado de versões acústicas, que causam um contraste inesperado com os primeiros 45 minutos do álbum. In Your Honour é talvez o álbum que melhor envelheceu na carreira da banda.


 4  'Foo Fighters' (1995) 
Parece algo irreal, mas a origem do Foo Fighters veio de uma despretensiosa fita demo de Dave Grohl - que acabou resultando nesse disco em questão. Grohl, na época baterista do Nirvana, escrevia algumas canções tocando violão antes dos shows de sua ex-banda. Após a morte de Kurt Cobain ele decidiu reunir um par de faixas em uma fita cassete, e tirou o nome do Foo Fighters de uma gíria usada pelos pilotos da Segunda Guerra Mundial para descrever UFOs. Inicialmente, esse disco não era para ser uma banda, e sim, um projeto particular de Grohl. Foo Fighters, lançado em 1995, é talvez o disco menos real da banda. Ele ainda traz raízes 'nirvanicas' fortes, e possui uma sonoridade propositalmente noventista. Hits como "Big Me" e "This is A Call" são pérolas eternas de uma geração nostálgica.


 3  'There is Nothing Left To Lose' (1999) 
There is Nothing Letf To Lose é o disco que possui a maior coleção de hits essenciais da banda. Totalmente marcado pela fase de leveza que a grupo se encontrava, o trio Grohl, Hawkins e Mendel se concentraram nas melodias abertas e fraseados marcantes. O disco é uma reunião de guitarras cantadas ("Generator") e refrões chicletes ("Learning To Fly"). A pancadaria também vem forte, principalmente pelas mãos de Taylor Hawkins - como pode ser visto nas ótimas "Stacked Actors" e "Breakout". Após esse álbum, o Foo Fighters se consolidou de vez no topo do mainstream mundial.


 2  'Wasting Light' (2011) 
Wasting Light foi uma das maiores constatações da vitalidade do Foo Fighters nesta nova década. Este pode ser considerado o trabalho mais pesado do grupo. Músicas como "White Limo", "Bridge Burning" e "Arlandria" mostram que eles deram uma atenção especial aos riffs de guitarra. O disco é tão coeso, que não dá para destacar alguma música específica, mesmo assim, ouça logo as ótimas "Rope" e "Walk". Wasting Light pode não ter o dinamismo de The Colour and The Shape, mas é um resumo perfeito do que há de melhor na vasta discografia da banda. Essencial!


 1  'The Colour And The Shape' (1997) 
O melhor disco do Foo Fighters é também o primeiro como uma banda de verdade. O álbum parece completamente conectado por uma simetria rara entre as faixas. "Monkey Wrench", "Hey Jonnhy Park", "Wind Up" e "My Hero" exaltam todo o frescor de Dave Grohl como um frontman - que estava enfim pronto para o mundo. Outras pérolas como "Everlong", "Walking After You" e "Doll" servem apenas para constatar a força dessa obra-prima dos anos noventa.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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