Na Europa, alguns veículos classificaram o som do álbum como stoner rock psicodélico. Particularmente, eu sempre achei um tanto quanto patética essa necessidade tola de classificar e/ou separar as ramificações do rock and roll. O que seria o Led Zeppelin nos dias de hoje? A banda de Robert Plant iria chutar traseiros de todos esses "entendidos". O rock do Led era tradicional como a necessidade e psicodélico como de costume - já a viagem era sempre obrigatória.
Reed: Chapter One é uma explosão cósmica, um espectro sem conotação. Sulcos de psicodelia num caldeirão sabbáthico em ebulição. É rock dos anos setenta, mas poderia ser rock dos anos noventa. O som do Sautrus é tudo o que Soundgarden e Helmet quiseram ser um dia. Ouça "Ricochet" - que não é uma versão cover do Faith No More - e entenda. "KNURR" e "Kuelmaggah Part 2" são peregrinações progressivas, com riffs à Iommi. A influência de Sabbath bate forte na acachapante "Iomi Iomi", e mais forte ainda em "Losao" - onde a voz de Weno remete a um Ozzy Osbourne fase Master of Reality. É um discaço! Uma das melhores coisas que ouvi este ano. Aliás, falando de culturas europeias, este é o momento ideal para você começar a conhecer a Polônia de uma maneira certa.