APOTEÓTICO! KISS (HSBC ARENA, RJ)

Foto: Bruno Eduardo
Kiss confirma fama de show indispensável para roqueiros no Rio

Por Bruno Eduardo

Monstros!

Verdade seja dita: O fato de você gostar ou não das músicas não faz a mínima diferença quando você está ali, a metros do palco, sendo cozinhado pelo calor das chamas ou envolvido por uma nuvem de papéis picados. Quem assistiu ao Kiss pela primeira vez na vida, certamente redefiniu seu conceito para a palavra "show". Se o alto preço dos ingressos causou consideráveis lacunas em alguns setores da casa; quem esteve presente, saiu de lá com a rara sensação de nunca ter feito melhor investimento na vida.

É ridículo pensar que após quatro décadas, tudo continua funcionando de forma magistral. Afinal, todo mundo sabe dos manjados - e igualmente indispensáveis - elementos tradicionais para um show do KISS: fogos de artifício, luzes de palco impressionantes, foguetes sendo disparados da guitarra de Tommy Thayer, e os vôos sobre a platéia. O grupo, que pousou no palco do HSBC Arena por meio de uma plataforma ufológica, detonou uma seqüência híbrida de clássicos com "Detroit Rock City", "Shout It Out Loud" e "Calling Dr Love". Seu álbum mais recente, Monster (lançado meses atrás), também foi muito bem representado pelo single "Hell or Hallelujah", e principalmente no hard rock poderoso de "Wall Of Sound" - uma das melhores do disco.

Antes de executar "God Of Thunder" às alturas, Gene Simmons abusou de distorção em seu baixo, e cuspiu sangue na galera colada à grade. Enquanto telões causaram efeito hipnótico para o grande sucesso da banda na década de noventa: "Psycho Circus"; Paul Stanley voou de um lado à outro do ginásio, para cantar "Love Gun" ao público do segundo andar (em um pequeno palco improvisado). O tempo foi capaz de desgastar a voz de Paul, minando alguns versos mais altos (o que não compromete o espetáculo), mas a boa forma do baterista Eric Singer, impressiona qualquer adolescente. Eric também sobra musicalmente quando comparado aos colegas de palco.

"Lick it Up" inicia a parte final do show, até que canhões criam uma atmosfera quase interminável de papéis picados para o refrão à plenos pulmões de "Rock And Roll All Nite". Já com as luzes acesas, palco vazio, e ao som baixo de "God Gave Rock 'n' Roll to You II" (direto da mesa), o público que permaneceu estático no local, parecia estar em uma sala de cinema, esperando talvez, a segunda sessão do filme - que ficará na memória por um longo tempo.

"Você queria o melhor, você teve o melhor!"

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[Matéria publicada originalmente por Bruno Eduardo no Portal Rock Press]

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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