Rock in Rio 2017: The Offspring atropela som baixo e embolado, coleciona hits e satisfaz fãs com ótimo show

Dexter agitou o público da grade com show cheio de hits (Foto: Wilmore Oliveira)
Por Rom Jom

“Vocês sabem porque nós gostamos de tocar no Rio de Janeiro? Porque vocês realmente sabem se divertir” disse o guitarrista Noodles ao público logo na metade do show. E ele estava certo. 

Desde a primeira vez da banda por aqui (leia-se 1996), seus shows são uma verdadeira celebração ao punk, e não só isso: é um momento de diversão. A banda já tinha dado o ar da sua graça no Palco Sunset, em 2013, e foi muito bem elogiada na época. Hoje, no Palco Mundo, pudemos testemunhar que os tiozinhos estão em plena forma tocando para a molecada, e mesmo prejudicados com o som baixo e embolado que vinha dos PA's, a festa foi grande.

Quem acompanha a banda há muito tempo sabe que eles são uma das bandas imbatíveis na hora de construir seu repertório. Como eu fui a todos os shows do grupo no Brasil, acabei desenvolvendo uma teoria sobre os setlists do grupo, do qual chamo de: “receita dos três”. Que geralmente consiste em uma de abertura do último trabalho, "Go Far Kid" - que neste caso foi do penúltimo 'Rise and Fall, Rage and Grace', já que a banda decidiu não tocar nenhuma faixa de 'Days Go By'), e a dobradinha de “All I Want”, do Ixnay on the Hombre de 1997 e seu primeiro grande hit “Come Out and Play”, do histórico 'Smash', de 1994. É, definitivamente, a senha para a consagração! E como isso funciona! 

Mesmo sem alcançar determinadas notas vocais, Dexter ainda se mantem um excelente frontman para uma banda deste estilo. Mas isso já não é novidade há algum tempo. E tudo bem também se o folego já não é o mesmo de outrora (afinal, o cara já passou dos cinquenta). A situação aqui é outra e o público só quer se divertir. 
Noodles continua dando conta do recado e distribuindo carisma (Foto: Wilmore Oliveira)
A variação de músicas mais rápidas, como “Staring At the Sun” de 'Americana', álbum lançado em 1998, o mesmo do hit chiclete “Pretty Fly” (música que quando foi executada colocou o RIR abaixo) e de mais cinco faixas que fizeram parte do show, como a própria "Americana", "Have You Ever" e a versão fidedigna de "Why Don’t You Get a Job?" - que fica muito bem mesmo tocada próxima de “Original Pankster” (música mais pop do 'Conspiracy Of One' de 2000) – junto com “Want You Bad”. No meio de toda esta histeria, pulos e frenesi, eis que surge uma versão meio sem sentido de piano e voz, da pancada “Gone Away”. Acredito que nem o público entendeu o que foi aquilo. Mas Ok. Vida que segue.  Ainda mais porque o final apoteótico de “Kid’s aren’t Alright” – com aquele detalhe das notas altas – e o lá lá láláaaaa contagiante de “Self Steem” fizeram tudo valer a pena. 

E o que dizer também do baixo de “Bad Habit”, que serve de prelúdio para uma roda de pogo tão maravilhosa, que a banda parou o para agradecer o que estava acontecendo. O que eu e todo fã de Offspring pode dizer sobre este show, é que depois de tudo o que assistimos no Palco Mundo do Rock in Rio, a banda pode voltar para casa com o dever cumprido.

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Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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