Asfixia Social: a poesia, o ritmo e o peso da quebrada chegam ao 4º álbum

Asfixia Social
Bleeding In The Sun
⭐⭐5/5
Por  Ricardo Cachorrão Flávio 

Na estrada, literalmente, desde 2007, os paulistanos da banda ASFIXIA SOCIAL acabam de lançar seu quarto álbum, “Bleeding in the Sun”, com a mesma veemência e dedo na ferida de sempre, característicos desde o primeiro trabalho – “A Guerra tá na tua porta”, CD Demo independente lançado em 2008.

Falando um pouco mais sobre a história da rapaziada, em 2011 saiu o segundo trabalho, “Da Rua Pra Rua”, em vinil e CD. Em 2015 a primeira aventura internacional e uma turnê por Cuba levou os caras a conhecerem o underground latino, que nunca antes foi explorado pelo pessoal daqui, em 2019 o interessantíssimo trabalho “Sistema de SOMA”, que consistiu no combo CD + Livro, contendo a história ilustrada da banda, letras e links para download de todo o trabalho deles. Inúmeros singles, com colaborações de gente como MV Bill, Gog, dentre vários outros e muita estrada, sempre o forte da banda, e chegamos ao novo trabalho.

Kaneda (voz, trompete e trombone), Thiko (guitarra e voz), Leo (baixo e voz), Jahya (sax) e Barba (bateria) acabam de chegar de sua terceira turnê pela Europa e puderam experimentar o repertório novo, em inglês, em terras gringas. O som deles é uma tremenda salada musical, como referências posso citar Dog Eat Dog, Beastie Boys ou Rage Against the Machine, mas o Asfixia Social vai bem além disso! Hardcore punk com ska, hip-hop, reggae, jazz, peso, com ritmo alucinante e a poesia da periferia sempre presente, além de incorporar ritmos brasileiros e latinos em geral, é som para dançar e conscientizar.

O disco novo abre com “Eletromagnetic”, faixa com vários climas e referências, já começa empolgando.


“Don’t Act Like 911” continua o álbum, seguido do skazão “Traffic Lights”, que tem a participação especial de Joey Shithead, vocal da icônica banda canadense de punk hardcore D.O.A. e tem potencial de hit. “Planet is Alive” é intensa, pesada e na sequência um dos singles lançados previamente, “Vai Vendo”, a poesia pesada da periferia, num recado direto, desta vez em bom e claro português.


A faixa título tem guitarra pesada, em contraponto é seguida de “Dub & Jerry”, caprichada nos metais e com guitarra reggaeira que embalam o recado antirracista. “On your feet” encerra o álbum com a delicada participação especial da cantora escocesa Sahala Larnyoh, belíssima canção.

Asfixia Social é correria, é estrada, Kaneda é um cara antenado e que não para quieto um segundo e o time está super entrosado e maduro, um disco para figurar nas listas de melhor do ano de 2024.

Ricardo Cachorrão

Ricardo "Cachorrão", é o velho chato gente boa! Viciado em rock and roll em quase todas as vertentes, não gosta de rádio, nunca assistiu MTV, mas coleciona discos e revistas de rock desde criança. Tem horror a bandas cover, se emociona com aquele disco obscuro do Frank Zappa, se diverte num show do Iron Maiden, mas sente-se bem mesmo num buraco punk da periferia. Já escreveu para Rock Brigade, Kiss FM, Portal Rock Press, Revista Eletrônica do Conservatório Souza Lima e é parte do staff ROCKONBOARD desde o nascimento.

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