Slipknot comprova evolução constante no atmosférico 'The End, So Far'

 
Slipknot
The End, So Far
⭐⭐⭐⭐ 5/5
Por  Zeone Martins 

Felizmente, pois há quem se orgulhe de ser acomodado, não é um passo pra trás o que acontece em The End, So Far (2022), sétimo álbum do Slipknot, último do contrato com a Roadrunner (hoje um selo do conglomerado Warner), que lançou cada trabalho da banda desde 1999.

O estranho começo do álbum, com "Adderall", com um jeitão Faith No More do final dos anos 90, de King for a Day... Fool For a Lifetime ou Album Of The Year, faz mais sentido com seguidas audições do trabalho, quando se entende onde aparecem outros momentos mais atmosféricos, digamos, como em "Yen", "Medicine For The Dead" e trechos de "Acidic", que possui inúmeras mudanças de clima e um dos melhores riffs da banda. E é essa conexão que dá uma liga interessante em um trabalho que demanda atenção aos lugares aonde leva o ouvinte. E, diferente de We Are Not Your Kind, trabalho anterior do grupo, aqui há solos e passagens de guitarra mais melódicas, funcionando bem, contrastando com a abordagem rítmica, predominante no antecessor.
 
 
Em um trabalho que fica difícil destacar faixas, para incentivar uma audição atenta de um trabalho que é sinuoso, forte e extremo quando lhe entende ser. O Slipknot possui essa característica maravilhosa, de mesclar estilos sem forçar a barra. Indo de Death Metal a toques de música eletrônica, sem soar quadrado, sem se prender à emular outros estilos, contornando esse costume, que em outras bandas é evidente, é pela capacidade da banda, incorporando ideias inusitadas em suas composições sem soar formulaico. Foco e característica marcante do trabalho de 2022.

O Slipknot não tem nada a provar, a não ser a si próprio. Como banda, como expressão musical, a banda é um monstro a parte, já foi um fenômeno, no até o começo dos anos 2000, e hoje continua extremamente popular e interessante. E acredite ou não, ainda há quem tratam o Slipknot como uma banda novata, ou uma banda que tem que correr atrás de seu passado, principalmente de Iowa (2001). The End, So Far é mais um passo para frente na carreira do grupo, não se engane com a má vontade de quem espera que a banda se repita.


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Zeone Martins

Redator, tradutor e músico. Coleciona discos e vive na casa de vários gatos. Ex-estudante de Letras na UFRJ. Tem passagens por várias bandas da região serrana e da capital fluminense.

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