Rock in Rio: Scorpions usa guitarra da primeira edição do festival e fecha noite com dignidade

Integrantes do Scorpions exibem os instrumentos para os fãs [Foto: Adriana Vieira]
Por  Bruno Eduardo 

Coube aos veteranos do Scorpions a tarefa de fechar a noite do metal no Rock in Rio. Assim como o Iron Maiden, a banda alemã, com mais de 50 anos de estrada, também esteve presente na primeira edição do festival há quase 35 anos. E por isso, decidiu fazer um show com muitas referências, inclusive com Matthias Jabs usando a mesma guitarra personalizada para festival de 1985. A guitarra, toda verde e amarela, foi guardada pelo presidente do Rock in Rio, Roberto Medina durante todo esse tempo.

Mas não foi só Mathias Jabs que estampou o Brasil na sua performance. O seu companheiro, Rudolf Schenker, entrou no palco com uma jaqueta exibindo frases em defesa da Amazônia ("Save the Amazon" e "Stop Amazon Destruction"). A banda também utilizou símbolos e bandeiras do Brasil no telão, durante a apresentação.

O grupo começou o show com uma canção mais recente, "Going Out With a Bang" lançada em 2015, mas logo remeteu aos clássicos da carreira com "Make it Real" e "The Zoo", ambas de Animal Magnetism, um dos álbuns mais conhecidos do grupo, lançado no início dos anos 80. Aos 71 anos de idade, Klaus Meine não possui mais a mesma potência, mas impressiona pela manutenção vocal, cantando com timbres limpos, o que é raro num cantor de sua idade. Isso ficou claro no medley que a banda fez, relembrando canções dos anos 70, com destaque para "Speedy's Coming" (do subestimadíssimo Fly To The Rainbow) e "Catch Your Train". 

Mesmo que grande parte da plateia tivesse lá para assistir o Iron Maiden, não aconteceu a temida debandada do público. A maioria acabou ficando e cantou com o grupo os hinos "Send Me An Angel" e "Tease Me Please Me", além claro, de se emocionar nas rock ballads "Wind of Change" e "Still Loving You", que apareceram já na parte final da apresentação. O show contou ainda com uma versão à capella para "Cidade Maravilhosa" e um solo de bateria dos bons do veterano Mikkey Dee. 

Por fim, o show chegou ao momento derradeiro na imortal "Rock You Like a Hurricane", que fez muita gente levantar da grama e gastar a última energia cantando o refrão e encerrando uma noite com o astral lá em cima. Em suma, o show do Scorpions foi um final digno para a noite dedicada ao público headbanger, com uma ótima apresentação de um nome tão importante para a história do festival e do rock.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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