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DISCOS: MOONSPELL (EXTINCT)

MOONSPELL

Extinct

Napalm Records; 2015

Por Lucas scaliza


Heavy metal de Portugal. Para quem nunca ouviu a banda, um dos expoentes mais conhecidos da cena metaleira lusitana, poderíamos definir genericamente assim: metal melódico com orquestrações e uma pegada agressiva e moderna que lembra bastante os alemães do Rammstein. Os vocais graves às vezes melodiosos e às vezes guturais de Fernando Ribeiro são outra marca da banda, assim como um acompanhamento quase onipresente de teclados e arranjos de cordas de Pedro Paixão, conferindo uma atmosfera gótica ao som da banda. Não é a toa que, além de Portugal, outro mercado importante para o Moonspell estÔ na Alemanha.

Em 2015 eles chegaram ao seu 10Āŗ Ć”lbum de estĆŗdio com Extinct. Para admiradores de metal - principalmente os familiarizados com Rammstein, Helloween, Kamelot e Nightwish -, Extinct deverĆ” descer facilmente, sem encontrar nenhuma resistĆŖncia. Os portugueses sĆ£o bem vigorosos e fazem bem o que se propƵem. No entanto, para ouvintes de metal de longa data, pouca coisa parecerĆ” fresca. Ritmos, solos e estruturas musicais bastante comuns a toda a produção da mĆŗsica pesada dos Ćŗltimos 15 anos.


JĆ” que inovação nĆ£o Ć© o forte, o Moonspell investe em algumas linhas melódicas mais Ć©tnicas que acabam fugindo do esquemĆ£o metaleiro de sempre e, assim, surpreendendo o ouvinte. O terceiro ato de “Breath (Until We Are No More)” e um solo antes da Ćŗltima parte de “Medusalem” sĆ£o bons exemplos disso.


Domina” e “The Future is Dark” (com uma inegĆ”vel pegada eletrĆ“nica gótica) sĆ£o as power ballads do disco, bastante comuns neste tipo de Ć”lbum, combinando passagens mais melódicas com trechos mais fortes e de dinĆ¢mica mais alta. E assim como o Nightwish aprendeu a fazer canƧƵes pop com roupagem metal, o Moonspell entrega “The Last Of Us”, mĆŗsica mais acessĆ­vel do Ć”lbum, feita sob medida para rĆ”dios e tecnicamente descomplicada.


De certa forma, o Moonspell soa como uma versĆ£o mais pesada do Ghost Ć s vezes: as mĆŗsicas nĆ£o tĆŖm problema algum, todas funcionam muito bem, mas nĆ£o hĆ” muita surpresa - pelo menos, nĆ£o em Extinct. Nem mesmo o Rammstein em seu jeito agressivo-industrial conseguiu inovar em seus Ćŗltimos discos. E o metal melódico, outra tendĆŖncia forte da Europa, possui alguns expoentes que se destacam na forma, mas a maioria segue uma mesma estrutura. “A Dying Breed”, por exemplo, tem uma bela orquestração e um solo de guitarra moderado, mas no geral usa os mesmos recursos que o Moonspell jĆ” apresentou tantas outras vezes. “Malignia”, por outro lado, pisa um pouco no freio e dĆ” espaƧo para a criação de clima – e funciona.


A proposta da banda portuguesa Ć© muito bem executada e mostra que o Moonspell mantĆ©m seu principal elemento diferenciador: a inspiração gótica. Mas falta Ć  banda e Ć  Extinct um sendo se exploração maior e de risco. Os momentos de maior surpresa sonora duram muito pouco. Prova disso Ć© que a valsa “La Baphomete”, a faixa mais criativa do disco, com ritmo arrastado e instrumentos de sopro dando corpo Ć  composição, nĆ£o chega aos 3 minutos de duração.


Quem adquirir a versĆ£o deluxe de Extinct leva mais quatro faixas: a longa e boa “Until We Are No Less”, uma versĆ£o de “Domina” cheia de orquestraƧƵes substituindo as guitarras por violƵes, a faixa “The Last of Them” que nada mais Ć© do que uma mixagem alternativa de “The Last of Us” e “The Past is Darker”, que Ć© uma versĆ£o com passada ainda mais eletrĆ“nica do que “The Future is Dark”. Como se vĆŖ, atĆ© na hora de escolher os bĆ“nus nĆ£o houve muito risco. 


O Moonspell Ć© uma das atraƧƵes do Rock in Rio. A banda se apresenta no dia 25 de setembro - mesmo dia de Slipknot, Faith No More, Mastodon e Nightwish.

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