Robert Plant: relembre melhores discos da carreira solo



Por Bruno Eduardo


Quem acompanha o vasto catálogo de Robert Plant, sabe que o cantor é um amante da musicalidade. A forma intimista que ele trata sua carreira solo, evidencia uma tentativa incansável de não soar datado. Entre o passado e o presente, entre o hard rock e a música universal (que ele propõe), Plant se encontra num peculiar estado intermediário - incapaz de esquecer, não querendo ressuscitar, e não-relutante para se dedicar a um gênero novo. Por isso, fizemos questão de relembrar os melhores momentos de sua vida pós-Zeppelin, em uma lista de discos essenciais -  comemorando os 66 anos desse monstro sagrado do rock.   



1-Mighty Rearranger (2005):  Um exercício ambicioso e sublimemente vulgar de como fazer um álbum de rock and roll maduro e totalmente irrestrito. Neste trabalho, Plant mantém os elementos originais, construindo paisagens sonoras encantadoras - agradando até os que ansiavam por mais elementos blues Zeppelinianos. "Mighty Rearranger" tem uma atmosfera orgânica - não fugindo de suas tendências ao Oriente Médio. Destaques: "Another Tribe", "Tin Pan Vale", "The Enchanter", "Dancing In Heaven".


2-Dreamland (2002): Esse foi o primeiro álbum solo do ex-vocalista do Led Zeppelin em quase 10 anos - e marcou a estreia de Plant com a banda Strange Sensation. O álbum é um misto de belas canções originais e algumas covers intimistas - incluindo a brilhante releitura para Bob Dylan em "One More Cup of Coffee" e uma versão histórica de Tim Buckley, na macia "Win My Train Fare Home". Obrigatório. 
3-Fate Of Nations (1993): Conhecido por muitos como o "álbum de consciência social" do cantor, Fate Of Nations é perfeito em todos os aspectos. Há um destaque grandioso ao lado compositor de Plant, com letras brilhantes e habilidade vocal renovada. O disco é uma das joias raras de sua coroa. Na verdade - e exagerando um pouco -, é tão bom quanto qualquer criação dele com o Zeppelin, desde Led Zeppelin II.
4-Band Of Joy (2010): Há quem enxergue o fantasma do Led Zeppelin rondando esse vibrante poema do século 19, que é Band Of Joy. São discos como esse que evidenciam o quanto Plant reluta contra glórias passadas e mantém pé firme em sua caminhada exótica. O disco é marcado pela emoção em explorar novos territórios ao revés de um prazer covarde em chafurdar nostalgias fakes: uma lição sobre o valor de não dar às pessoas o que elas querem.

5-Pictures At Eleven (1982)Lançado menos de dois anos após a morte de seu grande amigo John Bonham, o disco de estreia de sua carreira solo é um encontro particular entre gigantes da bateria: o eterno Genesis, Phil Collins, e o lendário Cozy Powell (ex-Rainbow) seguram a onda em um trabalho magnânimo. Recententemente, foi lançada uma versão remasterizada comemorativa aos 25 anos do disco, com bônus. Corra atrás!
6-Now And Zen (1988): Na maior parte deste seu quarto disco solo, Plant deu continuidade a sua visão de futuro - favorecendo teclados precisos e cantoria contida. Mas pela primeira vez, há um resgate heroico e um retorno inegável a sensação de majestade - principalmente pelas pinceladas guitarrísticas de Jimmi Page em "Heaven Knows" e "Tall Cool One". Dispensa qualquer comentário.
7-Maniac Nirvana (1990): Se há um disco que soa disperso de toda sua obra, este é Maniac Nirvana. O início dos anos noventa deu a Plant um single poderosamente pop: "Hurting Kind (I've Got My Eyes on You)". Aqui, o lendário cantor está completamente distanciado de qualquer viagem exótica e do intimismo exagerado que marcou sua carreira. Ouça também "Big Love".
8-The Principle Of Moments (1983): Mais um disco que conta com Phil Collins na bateria - além do ex-Jethro Tull, Barriemore Barlow, em duas faixas. Este é considerado por muitos como o disco mais hard rock de Plant desde o fim do Led Zeppelin. Duas faixas ganharam bastante na época: "Big Log" e "Other Arms". Também há uma versão remasterizada - com bônus - desse disco que pode ser encontrada por aí.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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