Rock in Rio: Paralamas exibe usina de hits e faz homenagem a Marcelo Yuka

Herbert Vianna em mais um show dos Paralamas no Rock in Rio [Foto: Adriana Vieira]
Por  Marcelo Alves 

Se teve uma banda que soube usar o tempo que teve para fazer o seu show no Rock in Rio, essa foi o Paralamas do Sucesso. Com apenas 60 minutos de tempo disponível, o grupo tocou sem parar um set list de 18 músicas para deleite dos seus fãs, que embarcaram juntos na viagem pela história da banda carioca formada por Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone.

O mais correto, aliás, não seria dizer que o Paralamas tocou um set list, mas exibiu uma usina de hits de fazer inveja, inclusive, a muitas bandas da sua geração. Poucas foram as canções que não foram acompanhadas pelo público. Talvez a menos conhecida foi justamente a que abriu o show, “Sinais do sim”, que é do álbum homônimo da banda lançado em 2018.

Depois disso, de “Meu erro”, a segunda música, a “Óculos”, que fechou o show, todas as canções dos Paralamas foram cantadas pelo público formado basicamente por fãs de Imagine Dragons e Muse, principal atração da noite. "É uma alegria para a gente estar participando de uma prova que esse país está se integrando cada vez mais à linguagem do planeta", disse Herbert, em referência à quarta participação da banda no Rock in Rio, onde esteve pela primeira vez em 1985.

Tocando num ritmo incessante a ponto de Herbert brincar com o público e perguntar se as pessoas estavam cansadas, o Paralamas não deixou nenhuma de suas canções maIs conhecidas de fora. Tocou “Alagados”, “Lourinha Bombril”, “Cuide bem do seu amor”, “A novidade”, “Lanterna dos Afogados” e “Uma brasileira”...

Em “Vital e sua moto”, Herbert fez a tradicional brincadeira de trocar a letra para dizer que os Paralamas do Sucesso iam “tocar no festival Rock in Rio” e na “segunda capital”, o Rio. Além das músicas divertidas com letras que são verdadeiras crônicas do Brasil, os Paralamas também usaram uma parte do show para falar de violência e das dificuldades do Brasil. Ao pedir uma salva de palmas para a equipe técnica do Rock in Rio por realizar um festival “desse tamanho”, referiu-se ao Brasil como “um país tão quinto mundo".

Em seguida, a banda cantou “O calibre”, com a sua letra forte cujo refrão diz: “Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo/sem saber o calibre do perigo/Eu não sei/da onde vem o tiro”. No telão, foram exibidas imagens de Marcelo Yuka e John Lennon, duas vítimas da violência. O primeiro, que faleceu neste ano, foi alvejado numa tentativa de assalto em 2000 e ficou paraplégico. O segundo foi assassinado na porta do seu apartamento em Nova York, em 1980. Na sequência, a banda emendou com “Selvagem” e “O Beco” enquanto no telão foram exibidas imagens de um jovem com o cartaz escrito “- bala + amor”. 

Teve, portanto, de tudo no show dos Paralamas. E o público saiu claramente satisfeito. 

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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