Faith No More: biografia sai em setembro e autor conta detalhes do livro

Faith No More terá finalmente uma biografia dedicada aos fãs
Por Bruno Eduardo

Em setembro chega às lojas a tão esperada biografia do Faith No More. O livro já está em pré-venda AQUI e pode ser adquirido no formato original [em inglês]. Small Victories - The True Story Of Faith No More é o primeiro livro que conta toda a história da banda e que reúne depoimentos dos principais envolvidos nesses mais de trinta e cinco anos de carreira. Para saber mais detalhes sobre o que os fãs podem esperar dessa primeira biografia integral do Faith No More, batemos um papo com o autor do livro, Adrian Harte, que nos garantiu que essa é realmente a história essencial da banda. Ele conta que teve apoio dos integrantes do grupo, principalmente do baixista Billy Gould e do baterista Mike Bordin, duas peças originais do FNM. "Eles ajudaram bastante e Billy Gould ainda fez o endosso na contra-capa do livro". Abaixo, você confere a entrevista na íntegra.

Como você definiria esta biografia, agora que o livro foi finalizado?

Com todo o respeito aos livros anteriores do Faith No More, que vieram em épocas diferentes e em contextos diferentes, os fãs podem esperar que 'Small Victories' seja o livro que a banda merece. É a história essencial do Faith No More. Uma das minhas motivações para fazer o livro foi o sentimento de que Faith No More foi largamente ignorado no rock, na música popular e até nos panteões do metal. O livro dá ao Faith No More o tratamento crítico profundo e sério que eles merecem. 

De forma resumida, o que os fãs podem esperar de Small Victories?

Os fãs podem esperar as histórias de como a banda se formou, como eles tiveram sucesso e como eles não "tiveram sucesso" ainda mais. O que Chuck e Jim e outros trouxeram para a banda, e como e por que eles foram embora. Como a música foi concebida e feita. Quem quase se juntou à banda. Por que a banda se separou e por que eles voltaram. E muito mais!

Você sempre foi fã da banda ? Qual é a sua história com o FNM?

Suponho que sou um retardatário relativo. Pois só tomei conhecimento do Faith No More quando estava na adolescência e The Real Thing tinha acabado de ser lançado. Eu tinha uma cópia em fita cassete e assistia muito o Live at Brixton Academy na casa de meus amigos. Eles e o Guns N 'Roses foram minhas duas bandas favoritas na adolescência. Logo depois de completar 18 anos, eu os vi no Slane Castle, onde o FNM revelou um novo visual e novas músicas inéditas de Angel Dust, que até hoje é meu álbum favorito. Quando a banda anunciou que estava retornando em 2009, montei um blog para relatar isso. Logo eu conheci a banda, pois eles abraçaram os sites independentes e as mídias sociais para falar diretamente com os fãs neste momento.
 
O autor Adrian Harte e Billy Gould, baixista do Faith No More
Para escrever a biografia, você recebeu depoimentos de quais membros da banda?

Eu estava muito ansioso para ter certeza de que a banda estava envolvida com o livro. Embora eu tinha certeza de que todos poderiam viver felizes sem que houvesse um livro do Faith No More, a banda - especialmente Billy Gould e Mike Bordin - ajudou imensamente em todo processo. Falei com cerca de 15 membros do passado e presente e todos ajudaram de alguma forma. Falei com alguns dos caras por mais de 20 horas de entrevistas, e Bill e Mike também forneceram fotos nunca antes publicadas. E a banda leu rascunhos e a versão final do livro. Bill até forneceu um endosso para a contracapa.

Há alguma história contada pela banda no livro que seja a sua favorita?

Eu amo tudo que eles forneceram, mas ouvir a história real de como Angel Dust foi gravado foi especial para mim, e juntar a história da separação em 1998 foi difícil, mas fascinante.

Já que você falou da separação, como foi tocar em assuntos mais delicados, como esse fato ocorrido em 1998? E de que jeito isso será contado no livro?

Foi difícil. Mas os integrantes da banda foram excepcionalmente sinceros e honestos em suas reflexões sobre o tempo. A separação não pode ser entendida isoladamente, mas sim no contexto do livro e da própria história da banda.


Você acredita que a morte de Chuck torna a biografia ainda mais importante para os fãs?

O ressurgimento artístico de Chuck nos últimos anos, a banda tocando com ele e o relançamento de We Care A Lot serviram para justamente recuperar o papel central de Chuck na história do Faith No More. Eu tive a sorte de falar com ele alguns meses antes dele morrer, embora tenhamos ficado sem tempo para uma segunda entrevista. E eu estou feliz que seu depoimento e humor aparecem no livro. Eu acho que a maioria dos fãs sabe que Chuck foi uma parte fundamental da banda. Espero que o livro sirva para deixar isso mais claro para os outros fãs de música.

Qual a avaliação que a biografia faz da importância do Faith No More para a história do rock mundial?

A redação do livro reforçou que o Faith No More era e é uma parte importante da cultura musical. Eles cresceram no rock dos anos 70 e depois no punk, começaram como anti-hippies, e depois como anti-punks em um coração hardcore. Eles absorveram a música eletrônica e o hip-hop, foram rotulados erroneamente de metal e até mesmo de grunge quando os anos 80 deram lugar aos anos 90. Eles deixaram sua marca nos anos 80, 90 e 2000, quando o rock era dominado por bandas que os entendiam mal. Eles usaram e abusaram do status de grandes gravadoras e da MTV e foram usados e maltratados igualmente por uma indústria que jamais poderia entendê-los. Eles fizeram do seu jeito em seus próprios termos muito antes de a música digital tornar isso popular.

E qual a impressão que você teve dos integrantes do grupo, após estudar e ouvir os depoimentos deles?

O processo do livro também reforçou minha impressão de que os próprios membros da banda são motivados, focados, envolvidos, inteligentes, generosos e incomumente apreciadores de seus fãs e de sua própria posição. Eles não se importam tanto com eles mesmos ou mesmo com tais intangíveis como legado, mas eles amam a banda. Eles "se importam muito".

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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