Rock in Rio 2017: Red Hot Chili Peppers encerra festival com show tecnicamente impecável e setlist enxuto

Kiedis encara o público da Cidade do Rock (Foto: Adriana Vieira)
Por Bruno Eduardo

Sim, foi um show curto para um headliner. Ainda mais se pegarmos a noite anterior como referência - onde juntos, The Who e Guns N'Roses ultrapassaram cinco horas em cima do palco. No entanto, ao contrário de todas as outras principais atrações do Rock in Rio, o Chili Peppers deixou de lado a grandiosidade visual do imponente palco mundo para se concentrar apenas na química musical de seus integrantes e no ótimo repertório construído ao longo da carreira.

O show que encerrou a história do Rock in Rio 2017 é reto. Ele não tem pausas e nem muita conversa. Mesmo porquê, Kiedis não é um vocalista que gasta o microfone com discursos chatos e textos ensaiados. Sobrando para o sempre simpático Flea, a tarefa de interagir com os fãs. "É uma honra saber que estamos tocando juntos com o Sepultura. Eu amo Sepultura!", derrete-se. Mas o baixista não é bom apenas no carisma. É de suas mãos que brotam grande parte das coisas incríveis que a banda produz. O início com três sucessos da década passada é para ganhar de vez o público. "Snow" tem o refrão cantado com braços levantados e celulares ligados. Já "Zephyr Song", sucesso do disco By The Way, é uma das mais comemoradas da noite. Tudo para deixar a banda tranquila e à vontade para incluir canções do novo disco, como "Dark Necessities", "Goodbye Angels" e "Go Robot" - as únicas de The Getaway.
Mesmo já bastante integrado, Josh ainda causa saudades de Frusciante (Foto: Adriana Vieira)
Mesmo com um setlist contestável, de ausências notórias ("Scar Tissue", "Around The World", "Suck My Kiss", "Otherside" e "Aeroplane"), a espontaneidade do Red Hot Chili Peppers apareceu esta noite em canções onde a cantoria não rolou solta. Ótimas surpresas, como "Power Of Equality", "Sir Psycho Sexy" e "They're Red Hot" (todas do petardo Blood Sugar Sex Magik) foram presentes generosos aos fãs do grupo que se espremiam perto do palco. Em compensação, essa parte "fora de roteiro" parece passar quase que despercebida pela grande maioria do público presente na Cidade do Rock - principalmente a geração pós-californication. Outros momentos igualmente ignorados por essa leva de "fãs", foram as famosas jams (com citação ao Stooges) e improvisações, abrilhantadas pela excepcional cozinha Flea / Chad Smith, e que evidenciam ainda mais falta de feeling do guitarrista Josh Klinghoffer.

Ao contrário do que aconteceu em 2001, desta vez os Chili Peppers não decepcionaram e presentearam o público com um número que condiz com o seu tamanho. De resto, os tiros certeiros com "Under The Bridge", "By The Way", "Californication" e o superhit "Give it Away", que encerrou o Rock in Rio de forma digna, neste que foi um dos show mais coesos da banda no Brasil em todos os tempos. 

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Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

4 Comentários

  1. Camarada meu comentou comigo no Whatsapp que a inclusão das músicas do Blood Sugar Sex Magik foi especialmente pra comemorar os 26 anos do lançamento do album, completados ontem. Não sei se vc tinha essa info mas fica aí pela curiosidade. =)

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  2. Obrigado pela participação Léo. Esse disco é lindo. Estava ouvindo hoje, inclusive.

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  3. Não fui, mas ler seus textos me colocar na grade.

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