Rock in Rio 2017: Incubus aposta em show mais 'rock', acerta em cheio e supera frieza do público

Quarentão, Brandon Boyd mantém boa forma e voz ainda em dia. (Foto: Rom Jom)
Por Bruno Eduardo

Para conter a ansiedade de uma plateia ávida por Guns N'Roses e The Who, o Incubus não quis saber de brincadeira e apostou num repertório mais pesado, com destaque para músicas que remetem à época mais alternativa e cheia de groove da carreira. Mesmo que o início - com duas faixas novas, além da ótima "Circles", do consagrado 'Morning View' - não tenha conseguido pegar o público no tranco, a boa sacada em deixar as baladas de fora e toda aquela onda progressiva acabou sendo o ponto chave para a energia não cair em nenhum momento da apresentação. 

Mesmo com 25 anos de estrada e milhões de discos vendidos no mundo inteiro, o Incubus passava a impressão em vários momentos que era uma banda a ser descoberta pela maioria esmagadora da plateia. Na verdade, eles deveriam estar na noite seguinte, já que estão muito mais inclinados ao som descolado do Red Hot Chili Peppers do que ao hard do Guns ou o clássico The Who. Entre olhares curiosos e frieza de muitos, o grupo do vocalista Brandon Boyd até que conseguiu cativar e fazer o público jogar junto em vários momentos do show - evidenciando ainda mais a qualidade da banda. Com destaque para a ainda boa forma do vocalista Brandon Boyd, que mesmo aos 41 anos de idade, consegue segura a onda sem grandes deslizes.

No entanto, a apresentação só começou a dar liga na dobradinha certeira de "Anna Molly" e "Wish You Were Here" - esta com refrão cantado em uníssono pelo público, e que contou ainda com um toque de sagacidade da banda, que fez uma citação ao clássico do Pink Floyd, de mesmo nome, e que conseguiu fisgar os fãs do The Who à cantoria. Nos únicos momentos suaves do repertório, "Love Hurts" e "Drive" justificaram a capacidade deles em construir boas baladas, com refrões que conquistaram até os fãs de Axl Rose. Mas foi no punch de músicas fortes como "Megalomaniac", "Nice To Know You" e "Pardon Me", que o grupo conseguiu sair de palco com uma apresentação coesa, rendendo um dos bons momentos do festival - mesmo sem euforia da plateia.

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Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

4 Comentários

  1. Tava aqui em casa vendo pelo multishow e sofrendo com a plateia morna. Se eu estivesse lá já tava pulando q nem maluca kkkk! ❤ Incubus!

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  2. Brunão! tu sabe que sou mto fã dos caras e te falo que foi até mais foda que 2007, uma pena que curto e com um publico que não estava ali pra eles. Abs

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    1. Eu também achei melhor de 2007. Para mim, foi o melhor show deles no Brasil até então.

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