De volta ao Imperator, irmãos Cavalera relembram 'Roots' em noite nostálgica

Foto: Rom Jom
Irmãos Cavalera mandando ver no palco do Imperator
Por Rom jom

“Vamos voltar 20 anos atrás!” Anunciou Max Cavalera na casa de show que foi palco do então lançamento de 'Roots', em 1996. E quis o destino que o mesmo local recebesse o show de aniversário de 20 anos do álbum na turnê “Return to Roots”, onde os remanescentes e irmãos Cavalera tocaram na íntegra o consagrado álbum da era Sepultura. A casa, devidamente lotada, recebeu uma noite digna de celebração ao disco que revolucionou a história do metal. 

Acompanhados dos já conhecidos Marc Rizzo (guitarra) e Tony Campos (baixo) - que também fazem parte das bandas Soulfly e Cavalera Conspiracy -, os irmãos Cavalera entraram no palco colocando tudo abaixo com "Roots Bloody Roots". Já em "Atittude", Max utilizou um berimbau para logo depois enlouquecer os fãs numa explosão de energia e decibéis. O frontman continua liderando a plateia como poucos e pede de forma corriqueira, as famosas rodas de pogo - e é sempre atendido pelos fãs, que fazem a festa do jeito que ele quer. 

Como a banda tocou o álbum inteiro, poderíamos dizer que geralmente há aquelas faixas que você pula no disco (quem nunca fez isso?), mas isso não acontece em 'Roots'. Pelo menos é essa a impressão que o show desta noite passa, pois não há uma música sequer que não seja comemorada pelo público. Lá atrás, Iggor Cavalera, ainda mostra desempenho ímpar em sua atuação, mesmo que muitas das vezes, pelo menos neste show, tenha feito um trabalho, assim digamos, burocrático. Mas não fez feio. Até mesmo quando tocou "Itsári", faixa que tem somente sons indígenas e bateria. Aliás, ainda sobre a música, Max confessou que foi essa faixa que influenciou o Sepultura a gravar o disco com um tema indígena.

Foto: Rom Jom
Max Cavalera atacando de berimbau em "Attitude"
Mas, pancadas não faltaram nesta noite emotiva e barulhenta. É prazeroso poder ver e ouvir outra vez o refrão infalível de "Cut-Throat" e "Ratamahatta" - forte e veloz como de costume. Já "Breed Apart" e "Spit"izeram a galera bater cabeça e formar rodas de pogo de tamanhos descomunais. Até mesmo as faixas menos impactantes, como "Dusted" e "Ambush"”, que diminuíram a euforia do público, foram recebidas com o mesmo carinho dos fãs.

No bis, os irmãos fizeram uma jam apenas com guitarra e bateria e tocaram alguns clássicos, iniciando com "War Pigs" do Sabbath, e partindo para outros hinos antigos, como "Desperate Cry", "Innerself", além de duas versões popularizadas pelo Sepultura nos anos noventa: "Polícia" (cover dos Titãs) e "Orgasmatron" (cover do Motörhead). A noite se encerrou com mais uma da banda de Lemmy Kilmister: "Aces of Spades", mais brutal e rápida como de costume, e com Max livre no palco para colocar a casa abaixo em mais uma execução de "Roots Bloody Roots" (dessa vez bem mais rápida que a primeira).

Após ver toda essa história passada a limpo, o público presente pôde lavar a alma e resgatar memórias da última fase do Sepultura com os irmãos Cavalera juntos. Tudo isso, costurado e devidamente bem acabado em uma grande noite de celebração ao metal.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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