Com Soulfly, Max repassa carreira em noite brutal no Circo Voador

Foto: Alessandra Tolc / Rodie Crew
Soulfly apresenta "Archangel", seu novo disco no Circo Voador
Por Rom Jom

O Soulfly apresentou no Circo Voador a turnê de Archangel, seu décimo álbum de estúdio, com um público “honesto” e vários sucessos do Sepultura. O grupo de Max Cavalera entrou no palco com a pesadíssima “We Sold Our Souls to Metal” primeira faixa de Archangel, aliás, em todo lugar se ouvia dizer que o álbum é o mais pesado da banda, o que realmente se comprova ao vivo - principalmente nas faixas “Archangel”, “Ishtar Rising” e “Sodomites”. O set list ainda contou com grandes músicas que fizeram a história da banda, como “Prophecy”, música de 2014, “Babylon” do álbum Dark Ages (2005) e “Seek N’Strike” do album 3, lançado em 2002.

Mas, como é de praxe nos shows de Max no Brasil, o público bateu cabeça de verdade com músicas da fase áurea do Sepultura. “Refuse Resist” e “Territory”, clássicos do petardo Chaos A.D. vieram quase em sequência na primeira parte do show, que ainda teve “Roots Bloody Roots”. Decano dos palcos, Max sempre faz questão de transformar as apresentações (de qualquer projeto) numa grande celebração de metal. Com mais de trinta anos de estrada, ele mantém as mesmas atitudes que sempre o marcaram nos shows. Continua jogando água no público, motivando os fãs a entrarem nas rodas de pogo e pedindo cantoria forte nos refrões. Ainda que o público fosse bem menor do que as últimas apresentações dele com outros projetos nesta casa de show, a agitação e energia do público não foi diminuída. 

A entrega dos fãs foi constatada nas músicas “Arise e Dead Embryonic Cells”, com recorde em tentativas de stage dives ("mosh"), dando trabalho para os seguranças, que não conseguiram evitar as invasões de palco. Já em “No Hope = Fear / Umbabarauma”, Max iniciou um número intimista, tocando sozinho trechos de músicas, como “Policia”, Orgasmatron”, o clássico do Black Sabbath, “Sabbath Bloody Sabbath”, e “Frontilines”.

No bis, a brutal “Back to the Primitive” seguida de “Troops of Doom” do Sepultura e como já virou costume nesta turnê, uma homenagem ao falecido Lemmy, do Motorhead, com “Aces of Spades” - essa com participação do vocalista da banda paulistana Claustrofobia, que fez a abertura do show. Para encerrar a pancadaria “Jumpdafuckup” com direito a um medley de “Eye Na Eye” do primeiro trabalho da banda, lançado de 1998. Após os agradecimentos, a banda ainda tocou (sem Max no palco) “The Trooper” do Iron Maiden.

Com quase vinte anos de carreira, o Soulfly traz todas as influências que acabou consagrando Max Cavalera na segunda fase do Sepultura. Com quase duas horas de palco, a banda conseguiu misturar groove, trash e reggae (às vezes), sendo acima de tudo pesada, brutal e metal. Ou talvez, um pouco mais do que isso.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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