Falta um mês para o Rock in Rio; relembre shows e momentos históricos

Maracanã foi palco do segundo Rock in Rio, em 1991
Por Bruno Eduardo

No dia 11 de janeiro de 1985, o Rock in Rio escrevia o primeiro capítulo de uma longa e marcante biografia. A primeira edição do Rock in Rio é considerada até hoje como principal responsável por incluir a América do Sul no roteiro de shows e festivais internacionais. Na época, a realização de um evento desse porte era algo mítico – ainda mais no período de transformações políticas e sociais em que o Brasil se encontrava. Idealizado pelo empresário Roberto Medina, o festival rompeu barreiras inimagináveis e se tornou grande referência mundial quando o assunto é música e entretenimento. “Não foi fácil realizar o Rock in Rio há 30 anos. Bati de porta em porta e venci várias barreiras para trazer ao público algo diferente”, ressalta Medina. Hoje, o Rock in Rio coleciona catorze edições – sendo cinco delas no Rio de Janeiro, seis em Portugal e três delas na Espanha. O Rock in Rio já recebeu mais de 7,5 milhões de pessoas no mundo e possui mais de 11 milhões de seguidores em suas redes sociais. O evento é considerado pelos cariocas como um patrimônio local e causa enorme impacto na economia da cidade. Só na última edição, o Rock in Rio trouxe 46% do público de fora do estado do Rio – aumentando a ocupação hoteleira da cidade em quase 90%. Abaixo, separamos alguns momentos marcantes de todas as edições nacionais do Rock in Rio; confira!


 SHOWS E MOMENTOS HISTÓRICOS 

  1985   QUEEN  

A imagem de Freddie Mercury regendo o público em “Love Of My Life” é até hoje uma das grandes marcas da primeira edição do Rock in Rio. O Queen chegou ao Brasil como estrela maior de uma constelação que tinha nomes como AC/DC, Yes, Iron Maiden e Ozzy Osbourne. Por conta disso, a lista de exigências foi extensa - como a pomposa iluminação de palco e os isolados camarins. Segundo a produção, quase 300 mil pessoas se espremeram no fatídico 11 de janeiro para reverenciar sua grande majestade. Lendário.

A REDAÇÃO TAMBÉM CITOU: Nina Hagen, Barão Vermelho, Ozzy Osbourne, B-52's, Whitesnake e Scorpions.


VOCÊ SABIA? Uma das exigências do AC/DC para tocar no Rock in Rio era trazer um sino de 1,5 tonelada – que seria usado na música “Hells Bells”. A produção trouxe o sino, mas o palco não suportava o peso do objeto. Com isso, a banda subiu no palco com uma réplica de gesso, confeccionada pela produção do festival.


  1991   FAITH NO MORE

Com o menor cachê dos artistas internacionais, o Faith No More surpreendeu os cento e vinte mil presentes com uma apresentação reveladora. Anunciados como a grande surpresa da década, o grupo carregava na bagagem o que de mais original podia se encontrar no rock pesado: o disco The Real Thing. A banda liderada pelo inquieto Mike Patton proporcionou momentos inesquecíveis, como nas execuções de “Epic” – cantada em uníssono – e “War Pigs” do Sabbath. 

A REDAÇÃO TAMBÉM CITOU: Guns N´Roses, A-Ha, Sepultura, Judas Priest e Titãs.


VOCÊ SABIA? O show do Guns N'Roses foi repleto de exclusividades. “Civil War”, faixa do álbum “Use Your Illusion II”, e “Double Talkin Jive”, que está em “Use Your Illusion I” ainda não tinham sido lançadas oficialmente mas foram apresentadas para o público do Rock in Rio. Os discos foram lançados no segundo semestre daquele ano, mas em janeiro, precisamente no dia 20, o Guns N’ Roses tocou as duas no festival. No mesmo dia, Dizzy Reed (tecladista) e Matt Sorum (baterista) fizeram seu primeiro show com a banda.


  2001   IRON MAIDEN

Certa vez, Roberto Medina declarou: as histórias do Rock in Rio e do Iron Maiden se confundem. Não é exagero. O grupo liderado pelo baixista Steve Harris participou de três, das cinco edições nacionais. Inclusive, foi o Rock in Rio que trouxe a donzela pela primeira vez ao país, em 1985 – no auge de sua história. Dezesseis anos depois, este show de 2001 marcaria o retorno da dupla Bruce Dickinson / Adrian Smith ao grupo. Com setlist renovado, e baseado fundamentalmente no ótimo Brave New World, a apresentação acabou se tornando o DVD oficial mais vendido da banda no mundo.

A REDAÇÃO TAMBÉM CITOU: Neil Young, Silverchair, Queens Of The Stone Age, Capital Inicial e R.E.M.


VOCÊ SABIA? Nick Oliveri da banda Queens of the Stone Age causou reboliço ao subir no palco completamente pelado. Após o show, o baixista foi detido pelo juiz juiz Siro Darlan, da 1º Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro. Após a polêmica, Oliveri pediu desculpas e disse não saber que era proibido ficar nu no palco. Ele justificou que viu vários desfiles do Carnaval brasileiro na TV, onde mulheres e homens apareceram sem roupas.


  2011   SLIPKNOT

O fato de Metallica e Motörhead terem colocado tudo abaixo - em apresentações impecáveis –serviu apenas para consagrar ainda mais o feito destes mascarados. Afinal, não é fácil se destacar em uma noite de gigantes. Transbordando energia, o Slipknot abusou das pirotecnias e da teatralidade para desenvolver o seu metal moderninho e acessível. Apoiados no vozeirão de Corey Taylor, hits como “Duality” e “Before I Forget” serviram de trilha sonora para a catarse coletiva. Não sobrou pó sobre pó.

A REDAÇÃO TAMBÉM CITOU: Metallica, System Of A Down, Stone Sour e Coldplay.


VOCÊ SABIA? O Red Hot Chili Peppers prestou uma homenagem ao filho da atriz Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas, morto no ano anterior. No encerramento da apresentação, toda a banda vestiu uma camiseta com o rosto do rapaz, que completaria 20 anos naquele dia. "Happy birthday, Rafael", desejou o vocalista Anthony Kiedis ao final de "Around The World".


  2013   BRUCE SPRINGSTEEN

Aos 64 anos de idade, Bruce Springsteen – o “Boss”, como é chamado mundo afora – deu exemplo de vitalidade e, principalmente, feeling, em uma apresentação de quase três horas ininterruptas. À frente de uma banda irretocável (E Street Band), o músico entrou ao som de “Sociedade Alternativa” de Raul Seixas e dedicou a primeira parte do show a uma releitura digna do disco Born In The USA. No fim, dois grandes momentos: chamou uma fã para tocar violão com ele no palco, e deu o microfone para um garoto de 10 anos – que cantou os versos de "Waitin’ On a Sunny Day” à capela.

A REDAÇÃO TAMBÉM CITOU: Muse, Vintage Trouble, Offspring, Ben Harper & Charlie Musselwhite e Slayer.


VOCÊ SABIA? O Sepultura foi a única banda a se apresentar duas vezes na edição de 2013. Além de um show no palco Mundo, o grupo ainda tocou no palco Sunset ao lado de Zé Ramalho. Para quem não sabe, o Sepultura só não fez parte da primeira edição nacional do Rock in Rio, em 1985. A banda esteve presente nas edições de 1991, 2001, 2011 e 2013.


A edição comemorativa do Rock in Rio está confirmada para 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27 de setembro de 2015, na Cidade do Rock. Confira AQUI a programação completa do festival.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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