Echo & The Bunnymen sofre com som ruim e não volta para o bis; público vaia

Foto: Guilherme Carvalho
Echo & The Bunnymen no Rio: frustrante para ambos os lados

Por Bruno Eduardo


A expectativa por uma noite memorável era enorme. Não por menos: a banda acabou de lançar o seu melhor disco em muitos anos (Meteorites) e vem repetindo bons repertórios na atual turnê. O problema é que quando uma coisa tem que dar errado, ela dá. E não há fundamentos que modifiquem o seu desfecho. 
Infelizmente, essa é daquelas noites - no mau sentido da palavra.  

Com pouco mais de uma hora de apresentação, vaias ecoaram na Fundição Progresso. O grupo se recusava a voltar para o bis - frustrando aqueles que esperaram mais de oito anos para vê-los em solo carioca. Um final melancólico para a tão sonhada noite de reencontro com um dos maiores nomes do pós-punk mundial. Da banda original, sobraram apenas Ian McCulloch e o guitarrista Will Sergeant - curiosamente, os dois integrantes que iniciaram o projeto no ano de 1978, quando ainda se apresentavam com um duo.  


Desde os primeiros minutos, a insatisfação de Ian McCulloch era evidente. Atordoado com o que estava ouvindo, o líder do Echo & The Bunnymen se dividia entre o microfone e seu assistente de palco. Ao todo, foram três músicas dedicadas ao roadie - com conversas ao pé do ouvido e dedos apontados para o retorno de voz. Com tantos problemas técnicos iniciais, não é exagero afirmar que o grupo acabou fazendo uma passagem de som (soundcheck) durante a apresentação. 


Mesmo que a qualidade de som não fosse das melhores, ninguém poderia reclamar do repertório. Pérolas classudas como "Over The Wall" ou "Bring On The Dancing Hearts" estavam lá; assim como a manjada versão para "People Are Strange" dos Doors; e mais algumas de seu mais novo - e ótimo - disco. Na tentativa de superar todos os percalços técnicos e uma banda apática, alguns fãs até que cantaram alto músicas como "Seven Sea" - do excelente Ocean Rain (1984) - e "The Killing Moon". Mas era tarde. Ian McCulloch já tinha jogado a toalha com meia hora de apresentação. 

Game over para os fãs.

Foto: Guilherme Carvalho

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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